Dicas p/ ajudar crianças na leitura e escrita!

Dicas p/ ajudar crianças na leitura e escrita!

Estudos em psicologia indicam que habilidades cognitivas, linguísticas e socioemocionais se manifestam em ritmos distintos, mesmo entre crianças da mesma idade. Por isso, identificar dificuldades de aprendizagem é uma questão complexa, uma vez que o desenvolvimento é altamente individual e sujeito a grande variabilidade. Assim, o acompanhamento deve ser realizado por profissionais da escola e por pediatras, que podem observar padrões de desempenho e comportamento ao longo do tempo.

Os responsáveis também possuem um papel fundamental ao relatarem suas percepções fora da sala de aula. No entanto, qualquer avaliação definitiva deve ser realizada por especialistas capacitados, evitando rótulos precipitados que podem impactar negativamente a autoestima e o processo de aprendizagem da criança. De acordo com a autora do material de Educação Infantil, psicopedagoga clínica, especializada em Alfabetização do Sistema Anglo de Ensino, Maria Célia Assumpção, é importante, de qualquer forma, que pais e professores estejam atentos a mudanças bruscas de comportamento, pois elas podem sinalizar as dificuldades da criança, indicando a necessidade de maior acolhimento e acompanhamento.

Segundo a especialista, embora o ensino de letras, sons e sílabas seja necessário, a ênfase exclusiva na memorização e na articulação mecânica desses elementos pode tornar a aprendizagem desmotivadora, afastando a criança da leitura e limitando a compreensão do sistema de escrita. “O desafio é proporcionar experiências significativas com a linguagem escrita, em que professores e pais façam mediações adequadas, oferecendo suporte, incentivo e oportunidades de exploração lúdica e afetiva da leitura e da escrita. Para que a alfabetização seja, de fato, efetiva, a criança precisa compreender não apenas os mecanismos formais do sistema alfabético, mas também a função social da escrita”, destaca.

Além disso, a exploração lúdica das palavras permite que a criança compreenda princípios fundamentais da escrita, como o princípio da ordem em que cada letra ocupa um determinado lugar para formar as palavras. Maria Célia aponta que, conforme a criança interage de forma prazerosa com letras e sons, ela internaliza gradualmente a correspondência entre fonemas e grafemas, compreendendo como a escrita representa a linguagem oral. “Essas experiências interativas e contextualizadas são essenciais para que a alfabetização seja efetiva, significativa e motivadora, construindo a aprendizagem de forma ativa e consciente, ajudando a criança a avançar no processo de alfabetização”, afirma.

Por isso, para ajudar os pais e professores, a especialista traz 5 dicas para auxiliar as crianças no desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita. Confira!

 

 

1 – Ofereça contato com diferentes tipos de textos: o contato desde cedo com textos narrativos, informativos, poéticos e instrucionais ampliam o repertório de conhecimentos da criança;

2 – Ensine estratégias de compreensão leitora: Mostre que é possível explorar o texto antes de ler ou ouvir a leitura, observando capa, título, imagens, legendas e marcadores;

3 – Promova leituras compartilhadas em voz alta: essa é uma estratégia para fortalecer a relação entre oralidade e escrita e estimulando perguntas e reflexões sobre o conteúdo;

4 – Incentive a criança a relatar oralmente: reproduzir o que entendeu desenvolve sua capacidade de interpretar e organizar ideias;

5 – Ofereça experiências de escrita lúdicas: escrever textos como bilhetes, listas ou pequenos relatos, ajudando a familiarizar-se com o sistema de escrita de forma prazerosa e a construir autonomia e motivação. Segundo a especialista, é importante que essas estratégias sejam vivenciadas mesmo antes da leitura autônoma, com a mediação de adultos leitores que, ao ler em voz alta, oferecem suporte e significado às experiências iniciais com a escrita.

Por fim, Maria Célia aconselha que os professores e responsáveis priorizem sempre a leitura em voz alta para crianças pequenas. Essa prática é essencial, pois faz a mediação entre a escrita e a oralidade: por meio dela, a criança escuta os sons, o ritmo e o significado das palavras enquanto acompanha o texto escrito. É a única forma de possibilitar o acesso verdadeiro à linguagem escrita e de compreender o sistema de escrita de qualquer grupo linguístico. “Sem a leitura em voz alta, a criança não consegue internalizar a relação entre sons e letras, comprometendo o desenvolvimento da leitura e da escrita no futuro”, conclui.

Fonte: Laura Ragazzi | Mira Comunicação (sistemas@comuniquese5.com.br) / Maria Célia Assumpção, psicopedagoga clínica, especializada em Alfabetização do Sistema Anglo de Ensino.

Marina Xandó

ESCRITO POR Marina Xandó

Idealizadora e editora chefe do Ask Mi, Marina é esposa, advogada, blogueira, dona de casa e mãe da Maria Victoria. Começou o AskMi para passar suas dicas adiante. Também é o cérebro - e coração - por trás do Concierge Maternidade AskMi, onde presta consultoria para grávidas, desde o enxoval até organização de recepções e festas.

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Crianças e o medo na hora de dormir!

Crianças e o medo na hora de dormir!

Oii meninas, tudo bem? Mais uma semana começando e já estamos em novembro praticamente, né? Como o ano passou rápidooo! Mudando de assunto, hoje temos coluna da querida Letícia Barsotti, nossa colunista e psicóloga infantil, com dicas super legais para ajudar as crianças que sentem medo na hora de dormir. Vejam:

 

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Crianças e o medo na hora de dormir

Começa a escurecer, hora do banho, colocar um pijaminha, descansar e ir dormir, certo? Fácil, fácil. Mas vou citar uma cena muito comum. Hora do boa noite, mas a criança fala que está com medo, medo do monstro, do zumbi, do vampiro, lobo mal, seja lá do que for, mas é algo que assim que os pais saírem do quarto vai sair de baixo da cama ou de dentro do armário. Aí lá vai o pai, checar se tem algo de baixo da cama, deixar a luz acesa. Eu mesmo convivi com essas cenas, meu filho mais velho sentia muito medo na hora de dormir.É muito difícil lidar com isso, pois a maioria das vezes eles apresentam medo de coisas de outras dimensões.

É uma cena bastante comum nas crianças entre 3 e 6 anos, isso porque durante o dia, eles brincam, vão a escola e passam o dia todo ocupados, e o medo fica em segundo plano, mas na hora de dormir ficam relaxados e é nessa hora que os medos surgem com uma força maior.

Muitos pais que vivenciam com frequência essa cena citada acima, perguntam se o filho tem algum problema emocional mais profundo, ou uma insegurança muito grande, é claro que depende de cada caso, mas na maioria das vezes a resposta é não!

Isso acontece porque conforme a criança cresce, sua imaginação também cresce, incluindo sua capacidade de criar possíveis perigos. É o famoso “e se…”. E também porque alguns desafios que tiveram que enfrentar durante o dia, e que tiveram alguma dificuldade (desentendimento com amigos, tarefa nova, briga com irmãos)  é na hora de dormir que isso surge em forma de medo de outras coisas, já que é o momento em que se sentem mais vulneráveis.

Portanto, de nada adianta ter uma conversa racional ou tentar explicar que monstro não existe. Vale lembrar que precisamos legitimar e ajudar o pequeno que está sofrendo a entender esse sentimento que o apavora, esse medo é real para ele! Ir devagar, mostrando que vampiros e lobo mal existem na dimensão da estória, e não na vida real.

Conversar bastante com a criança, pedir que conte sobre seu dia. Isso ajuda a criar ferramentas para enfrentar desafios diários, fazendo com que se sintam mais seguros, e assim mais preparados também para enfrentar seus próprios medos.

Bons sonhos!

Beijos, Leticia

 

Foto: Internet

Leticia Barsotti

ESCRITO POR Leticia Rotta Barsotti

Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Já trabalhou nos melhores hospitais de São Paulo, como no Hospital das Clínicas e no Hospital Albert Einstein. Atende em seu consultório particular.

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Mordida na escola por Leticia Barsotti

Mordida na escola por Leticia Barsotti

Hoje quero apresentar para vocês nossa nova colunista que vai trazer muitas informações e dicas para nós, mamães! Birras, mudança de comportamento, choro exagerado, medo de dormir sozinha, dificuldade em se concentrar, aprender a dividir brinquedos, serão alguns dos temas que a Leticia Rotta Barsotti irá escrever mensalmente aqui no Ask Mi.

Leticia é psicóloga infantil com grande experiência na área, com pós-graduação e estágio em NY, Hospital das Clínicas e Albert Einstein. Além disso ela é responsável pelo Blog Sobre Criança , que super recomendo a leitura. Para estrear sua coluna o tema escolhida é: Mordida na escola. Como os pais devem reagir? Gente, quem nunca passou por essa situação ou conhece alguém que já viveu isso? Texto super interessante, vale a pena a leitura:

 

Com o início das aulas, a mordida entre os pequenos é um assunto que está presente e que desperta nos pais e educadores inúmeros sentimentos. O fato é que, desconfortável ou não, temos que lidar com a realidade de que é comum a mordida na criança entre 1 ano e meio e 3 anos de idade. Faz parte do desenvolvimento normal infantil.

A mordida numa criança na escola desencadeia uma série de sentimentos nos envolvidos. Os pais da criança que morde, ficam constrangidos e até preocupados com a situação, achando que pode ser algo da educação. Já os da que é mordida, demonstram ficar chateados e revoltados por conta do machucado do filho. A escola e os professores muitas vezes sentem-se culpados de não conseguirem evitar a situação, além de ter que mediar os sentimentos dos pais e das crianças envolvidas.

O que acontece é que quando a criança vai para escola, ela é inserida num novo universo, que é coletivo. Os educadores devem cuidar desse novo ambiente, acolher e direcionar na forma de se relacionar e se comunicar com seus colegas.

Um dado importante para refletir é que, a criança tem seu primeiro contato com o mundo através da boca, pelo seio materno, que lhe proporciona o prazer de saciar a fome. Na tentativa de descobrir o mundo e experimentar a mesma sensação de prazer, a criança começa a levar outras coisas à boca, como pés, mãos e objetos que manuseia. E na escola, ela pode fazer isso também. Ao experimentar morder um amigo, descobre novas sensações na reação do outro. A partir disso volta a fazer outras vezes.

As crianças pequenas são muito corporais, e também acreditam que são o centro do mundo, são egocêntricas e, portanto, tudo é para elas, e é extremamente difícil dividir e compartilhar. Deste modo, podem acontecer mordidas, empurrões e tapas na relação entre elas. Geralmente as mordidas acontecem em situações de disputa por brinquedos ou quando se sentem inseguros, frustrados ou com ciúmes. Como não conseguem administrar seus sentimentos, e nem expressar esses sentimentos que incomodam, manifestam de maneira corporal, através da mordida.

Normalmente nesta idade, ainda não conseguem falar com facilidade, demoram um pouco quando querem articular uma frase. A mordida muitas vezes é a forma mais rápida que encontram para conseguirem o que querem, funcionando como o substituto da mensagem que eles não estão conseguindo passar.

Fiquem calmos! Essas manifestações não significam que a criança será um adulto violento, mas mesmo sabendo que é somente uma fase, nós devemos cuidar para que as mordidas não aconteçam. Tudo isso tende a melhorar, com o passar do tempo a criança amadurece e consegue se comunicar melhor. E com a nossa ajuda, aprendem a nomear os sentimentos e começam a administra-los de maneira mais efetiva.

Nosso papel como adultos, pais e educadores é mostrar para a criança que morde, que existem outras maneiras de manifestar seus desejos, e para os que sofrem a mordida, ensinar que eles podem se defender! Mas de maneira alguma, devemos incentivar a revidar, ou se defender de forma agressiva.

Bom, saber que a esse tipo de comportamento agressivo faz parte do desenvolvimento dos pequenos já ajuda bastante os adultos a acolher as crianças envolvidas e agir de maneira adequada. Toda criança tem potencial para amadurecer e se integrar, mas isso vai depender de um ambiente que ajude e que seja permeado por amor. Portanto o papel do cuidador, educador é fundamental.

O adulto deve impedir que a agressividade fuja do controle, mostrando que ela pode ser expressa sim, mas sem causar danos. Podemos aceitar alguns desses comportamentos agressivos dando sentido a eles, quando permitimos algumas brincadeiras em que a agressividade é aceita, como por exemplo derrubar uma pilha de lego, amassar a massinha com força, rasgar papel.

Muito bem, já sabemos sobre a mordida…mas como podemos ser ativo e ajudar as crianças nesse processo?

A criança que recebe a mordida repetidamente, necessita de ajuda para demonstrar que ficou triste, mostrar seus limites e conseguir se defender melhor. Tenho visto muitos pais, que ficam frustrados em ver os filhos mordidos, e ensinam a revidar, essa definitivamente não é uma forma positiva e que vai ajudar o filho a desenvolver seus mecanismos de defesa. Tive um pacientinho no consultório que levou três mordidas do mesmo amigo em três dias consecutivos. Os pais estavam muito bravos com a escola, e até certo ponto, eles tinham razão. Mas o que eu fui mostrando para eles é que o filho deles escolhia sempre o mesmo amigo para brincar, e essa criança de quem estamos falando tinha algumas características muito fortes como não ter medo de nada e não saber seu limite. Era uma criança que se machucava com frequência, pois testava seu próprio limite diversas vezes. Ele era um desbravadorzinho que adorava inventar brincadeiras que tinham algum desafio. Era daqueles que sempre ia no escorregador mais alto. Fui mostrando para os pais, que o fato dele escolher para brincar com esse amiguinho que ele sabia que mordia, também fazia parte dessas aventuras, e que certamente ele também precisava de ajuda para entender qual era o limite dele, até onde ele podia ir nas brincadeiras sem se machucar. Se ele não sabe isso, como ele vai conseguir demonstrar para os outros coleguinhas? Estou contando essa história, pois também precisamos ouvir e avaliar essa criança que é mordida repetidamente. É importante acolher, e ajudar ele nomeando os sentimentos e a se expressar, podendo se defender.

Lembrem-se a criança que morde não é má, e ela também precisa de ajuda.

Quando uma criança morde precisamos identificar as razões das mordidas. O importante é estar disponível e dar a possibilidade de expressar o que sente para que compreenda o que está acontecendo consigo. Algumas vezes, elas não saberão explicar o motivo da mordida e nesses casos, dê algumas opções, pergunte se é porque ficou brava, ou porque queria o brinquedo que estava com o amigo. Incentive a falar da situação e de seu sentimento, ensinando que da próxima vez pode falar para o colega emprestar o brinquedo, ou que gostaria também de estar no colo.

Em seguida não esqueça de mostrar que o amigo ficou triste e machucado. O desafio aqui é explorar causa e efeito. O que acontece quando eu mordo? Tentar fazer a criança se imaginar no lugar do amigo, assim podemos despertar a percepção das consequências das atitudes que se pratica. Nós precisamos ficar atentos, e perceber em qual situação essa criança geralmente morde, podendo antecipar a ação, intervindo para evitar que a criança morda novamente. Assim, quando estiver diante uma situação da qual ela normalmente age com a mordida, o cuidador pode estimular a criança a trocar a comunicação corporal pela verbal.

É fundamental incentivar sempre um pedido de desculpas sincero. Será um caminho de desafios e um aprendizado lindo para as crianças, elas vão conseguindo aos poucos conhecer os seus limites e suas potencialidades, se relacionando de forma mais construtiva e gostosa!!

Morder os colegas é uma fase que deve passar até 3 anos, 3 anos e meio. Caso isso não aconteça, ou as situações de mordida aumente, talvez seja importante procurar um psicólogo para ajudar a identificar o porquê deste comportamento e caminhar juntos com os pais nesse processo de melhora.

BlogAskMi

 

Leticia Rotta Barsotti- Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Tem seu consultório particular, trabalhou anos nos melhores hospitais de são Paulo como no Hospital das Clínicas, e no Hospital Albert Einstein.

Para contato: leticia@sobrecrianca.com.br

Fotos: Internet

Leticia Barsotti

ESCRITO POR Leticia Rotta Barsotti

Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Já trabalhou nos melhores hospitais de São Paulo, como no Hospital das Clínicas e no Hospital Albert Einstein. Atende em seu consultório particular.

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