Crianças e o medo na hora de dormir!

Crianças e o medo na hora de dormir!

Oii meninas, tudo bem? Mais uma semana começando e já estamos em novembro praticamente, né? Como o ano passou rápidooo! Mudando de assunto, hoje temos coluna da querida Letícia Barsotti, nossa colunista e psicóloga infantil, com dicas super legais para ajudar as crianças que sentem medo na hora de dormir. Vejam:

 

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Crianças e o medo na hora de dormir

Começa a escurecer, hora do banho, colocar um pijaminha, descansar e ir dormir, certo? Fácil, fácil. Mas vou citar uma cena muito comum. Hora do boa noite, mas a criança fala que está com medo, medo do monstro, do zumbi, do vampiro, lobo mal, seja lá do que for, mas é algo que assim que os pais saírem do quarto vai sair de baixo da cama ou de dentro do armário. Aí lá vai o pai, checar se tem algo de baixo da cama, deixar a luz acesa. Eu mesmo convivi com essas cenas, meu filho mais velho sentia muito medo na hora de dormir.É muito difícil lidar com isso, pois a maioria das vezes eles apresentam medo de coisas de outras dimensões.

É uma cena bastante comum nas crianças entre 3 e 6 anos, isso porque durante o dia, eles brincam, vão a escola e passam o dia todo ocupados, e o medo fica em segundo plano, mas na hora de dormir ficam relaxados e é nessa hora que os medos surgem com uma força maior.

Muitos pais que vivenciam com frequência essa cena citada acima, perguntam se o filho tem algum problema emocional mais profundo, ou uma insegurança muito grande, é claro que depende de cada caso, mas na maioria das vezes a resposta é não!

Isso acontece porque conforme a criança cresce, sua imaginação também cresce, incluindo sua capacidade de criar possíveis perigos. É o famoso “e se…”. E também porque alguns desafios que tiveram que enfrentar durante o dia, e que tiveram alguma dificuldade (desentendimento com amigos, tarefa nova, briga com irmãos)  é na hora de dormir que isso surge em forma de medo de outras coisas, já que é o momento em que se sentem mais vulneráveis.

Portanto, de nada adianta ter uma conversa racional ou tentar explicar que monstro não existe. Vale lembrar que precisamos legitimar e ajudar o pequeno que está sofrendo a entender esse sentimento que o apavora, esse medo é real para ele! Ir devagar, mostrando que vampiros e lobo mal existem na dimensão da estória, e não na vida real.

Conversar bastante com a criança, pedir que conte sobre seu dia. Isso ajuda a criar ferramentas para enfrentar desafios diários, fazendo com que se sintam mais seguros, e assim mais preparados também para enfrentar seus próprios medos.

Bons sonhos!

Beijos, Leticia

 

Foto: Internet

Leticia Barsotti

ESCRITO POR Leticia Rotta Barsotti

Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Já trabalhou nos melhores hospitais de São Paulo, como no Hospital das Clínicas e no Hospital Albert Einstein. Atende em seu consultório particular.

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Limite de intimidade na hora do banho, por Leticia Barsotti!

Limite de intimidade na hora do banho, por Leticia Barsotti!

Segundona chegou!!! E nada melhor do que começar a semana com um tema super importante, como o de hoje, escrito pela nossa nova colunista, a psicóloga infantil Leticia Barsotti. O assunto de hoje é a intimidade entre pais e filhos na hora do banho, confiram:

 

Sobre o limite da intimidade. Afinal o pais podem tomar banho junto dos filhos?

 

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Quando os pequenos atingem uma certa idade, é muito comum surgirem dúvidas nos pais sobre a hora do banho e consequentemente o limite da intimidade. Afinal até que idade podemos tomar banho com nossos filhos?

A verdade é que tomar banho com os filhos pode ser uma grande farra, uma brincadeira gostosa para crianças e adultos. Tudo vai depender da cultura da família, e como a nudezétratada.

Pensando no sentido do desenvolvimento da criança, quando pequena ela é o centro do mundo e centrada nela mesma, ela se vê e vê a mãe como uma só pessoa. A medida que vai crescendo e se desenvolvendo, ela começa a perceber a existência do outro, e percebe que ela e a mãe são pessoas diferentes, que deseja, que sente coisas diferentes. Desta forma, ela interage mais com as pessoas a sua volta. Nesta fase, é muito bom poder mostrar para a criança que ela tem seu espaço, e permitindo que ela se conheça e percorrendo assim um caminho para construir seu contorno, sua forma. Pensando nisso, é importante que ela perceba que a hora do banho dela é dela, e no espaço e tempo dela.

Mais ou menos por volta dos quatro anos de idade a criança começa a perceber as diferenças de sexo, e passa ter curiosidade pelo próprio corpo, pelo corpo dos amigos, dos adultos, pelas diferenças entre o masculino e feminino. E então, de maneira muito simples e espontânea, começam a perguntar sobre as diferenças que percebem. Esse questionamento e curiosidade pode assustar alguns pais que começam a rever os conceitos e a se questionar se devem ou não continuar tomando banho com os filhos. Não existe malicia das crianças, são apenas guiados pela curiosidade.

Nesse contexto, os pequenos curiosos além de olhar e perguntar sobre a diferença do corpo e de sexo, também desejam tocar, apertar e até puxar, e acabam muitas vezes invadindo a intimidade dos seus cuidadores. E essa pode ser uma grande oportunidade para ensinar sobre a privacidade, limite de intimidade e a forma de como cuidar do seu próprio corpo e de si mesmo.

É muito importante, antes de tudo, os pais se questionarem se para eles é natural ou não, estar nu na frente dos seus filhos. É perceberem o próprio sentimento, é prestar atenção qual é a emoção que surge quando as perguntas, os olhares e até o toque dos pequenos aparecem. E como pai e mãe são pessoas diferentes, nem sempre vão sentir a mesma coisa, e é fundamental que conversem sobre isso.

Outro ponto é ficar atento e perceber como é que as crianças se sentem, se quando se deparam com a nudez dos pais ficam envergonhados e tímidos. Caso isso aconteça, talvez seja um sinal de que o limite de intimidade tenha que ser revisto. E, desta forma, crianças e pais podem se sentir expostos e invadidos e a experiência do banho em conjunto pode ser marcada pelo constrangimento.

Nesta fase, a criança ter contato com a nudez do adulto pode provocar sensações que ela não sabe o que é, o que pode ser confuso para ela. Portanto, a nudez do adulto no dia a dia deve ser evitada nesta fase. Claro que em alguns momentos isso pode ocorrer e não terá problemas. O importante aqui, é pensar em manter uma rotina de momentos de privacidade e intimidade respeitada.

Temos que nos atentar para fazermos da maneira mais natural possível, pois ficar se escondendo, colocando maiô/sunga para dar banho, pode transmitir mensagem não tão clara, e os pequenos podem aprender que aquelas partes do corpo têm representação ambígua.

Tomar banho ou não com os filhos não vai impedir ou estimular demais a curiosidade em relação a sexualidade.  Ne verdade, eles vão no tempo deles, descobrir e continuar guiados pela curiosidade sobre as diferenças sexuais.

 

Foto: Internet

Leticia Barsotti

ESCRITO POR Leticia Rotta Barsotti

Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Já trabalhou nos melhores hospitais de São Paulo, como no Hospital das Clínicas e no Hospital Albert Einstein. Atende em seu consultório particular.

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