Natação, ballet, inglês, música, judô, mandarin: criança precisa de uma agenda lotada?

Post daqueles que vcs- e eu também- adoram! Na verdade são os mais difíceis de fazer pois sei que sempre vem uma enxurrada de críticas, sejam positivas ou não! Antes de engravidar, eu ficava observando a quantidade de atividades que ALGUMAS crianças a minha volta (filhos de amigos, de parentes, de conhecidos etc..): era natação, inglês, ballet, frances, música, arte, história da arte e até mandarin! Eu ficava cansada só de ouvir e pensava: ” se eu já cansei só de ouvir, imagina a criança”!
 
Sempre morei no interior, distante mesmo da “cidade grande”, a pressão por aqui é menor! Quando digo pressão, me refiro aquela quantidade de opções que uma cidade mais desenvolvida oferece! Claro que isso reflete também na competição que existe, desde que o ser humano é bebê! Sempre vi e ainda vejo mães falando: ” Quero muito que meus filhos falem ingles fluente, escolham uma carreira promissora, façam uma excelente faculdade e sejam  bem sucedidos”. Mas Mi, que mal há nisso?
 
 
Mal nenhum, eu também sonho que a Maria Victoria se realize profissionalmente, seja independente, se destaque…. a mãe que diz que não deseja isso está mentindo! Mas hoje, depois que ela nasceu, me pergunto: QUAL O LIMITE de expectativas e também de atividades para essas crianças?
 
 
Levei a Vivi a primeira vez para uma atividade quando ela tinha 11 meses: aula de música e movimentos! Na verdade acredito que essa experiencia tenha sido produtiva para nós duas, até mais para mim do que para ela! Eu explico: me mudei para SP 1 mes antes do meu casamento, em outubro de 2009! Já em janeiro de 2010 descobri que estava com 6 semanas de gestação… ou seja, não tive tempo de assimilar essa mudança ( de cidade, de vida na verdade) e refazer minha vida por aqui com calma! Tudo aconteceu muito rápido e, para “ajudar”, ainda tive uma gravidez de risco!
 
Começar uma atividade com minh filha, ter uma rotina somente com ela (já que eu trabalhava em casa) e fazer novas amigas foi essencial para meu bem estar e amadurecimento nesta nova etapa! A VIVI? Para ela também foi muito produtivo, tanto é que ficou nessa escolinha até 2 anos praticamente!
 
 
Hoje a Maria Victoria faz aula de ingles, natação e ballet! Todos os dias da semana ela tem uma atividade extra da escola! O único dia que está “livre” é sexta, feira, mas ela já irá entrar na aula de historia da arte infantil! AHHHH, como assim? É pintura na verdade mas com todo ensinamento lúdico em história da arte, algo que eu não tive e sinto falta até hoje!
 
 
Sim, os pais tendem a fazer projeções com os filhos, mesmo que inconsciente e temos que prestar atenção a isso! Ex: não fui uma boa bailarina, não curtia aula de ballet mas quero muito que minha filha faça! Por mais que essa dança seja incrível para a evolução da menina (sou grande defensora), precisamos ver se esse também é o desejo da criança, se ela fica feliz indo a essa aula, se está acrescentando algo em sua vida!
 
 
Outra coisa que procuro pensar é se a Maria Victoria fica muito cansada nas atividades, se está conseguindo aproveitar, colher os frutos! Esse feed back é muito dos pais, mas os professores também podem nos ajudar nesse quesito!
 
 
Sou contra exageros, cobranças, pressão exagerada… eles são crianças e vão ter muita cobrança, expectativas ao longo de suas vidas! Claro que isso não quer dizer que eles não precisam se esforçar, fazer atividades para seu crescimento, mas precisamos estar atentas ao limite de cada criança!
 
 
Não é porque não falo outra língua estrangeira que não seja o ingles que não sou uma profissional bem sucedida, nem tampouco o fato de eu nunca ter feito história da arte que não consigo entender minhas visitas a galerias, museus!  Minha opinião é: APRENDE-SE muito em casa também, com os pais incentivando, prestando atenção em seus filhos e proporcionado algumas viagens, visitas a museus, teatros, filmes etc…  E condições financeiras aqui também não é um obstáculo que possa justificar a falha nessa parte: basta entrar no google que você aprensenta para seu filho os melhores museus do mundo e tudo isso com informações, caso os pais não conheçam também!
 
 
Eu sei que muitos pais optam por incluir mais atividades nas rotinas dos filhos pois não tem com quem deixá-los, trabalham o dia todo! Mas aqui tambem acredito que dá para tentar um “meio do caminho”, algo que não seja tãooo exagerado caso contrário  a atenção das crianças bem como seu aproveitamento reduzirá drasticamente, se tornando até improdutivo!

 

 Manter-se ocupado é importante, inclusive para os pequenos. Ter obrigações resulta em disciplina, ajuda as crianças a se socializar e a administrar o tempo. Mas o excesso de atividades não combina com o universo infantil. A prática pode resultar na perda de concentração e comprometer a saúde dos pequenos. Quanto mais atividades eles têm, maiores são as obrigações e a responsabilidade. Isso faz com que muitos acabem desenvolvendo distúrbios bastante comuns em adultos, como a depressão e o estresse.

Balancear os desejos da criança com o que é recomendado pode ser um desafio. Na infância, a vontade de conhecer e experimentar tudo é saudável e comum, mas é aí que a experiência dos adultos pode ajudar. Os pais devem conversar com os filhos e ensiná-los que nem tudo é possível, que existem limites e eles devem ser respeitados. Uma forma de mostrar isso é fazer os pequenos escolherem entre as diversas opções disponíveis.

Como é um momento de descoberta, os pais devem também estar preparados para mudanças. As crianças estão conhecendo os diferentes esportes, instrumentos musicais e demais habilidades. Só que, muitas vezes, podem não se adaptar a eles.
 


 
Conclusão:  Busque mesclar atividades que seu filho goste com as que vc considera importante, lembrando sempre que o bem estar dele deve ser o foco principal! Existe tempo para tudo, foque, se organize e tente passar isso para ele! Respeitar a idade, trocar ideia com educadores, profissionais da área e amigas mamães também é uma ótima pedida!
 
 
 
 
E vcs, o que acham sobre o assunto: como saber o limite das atividades extra curriculares dos filhos x anseios dos pais?
 
 
 
 
 
 
 
Imagem: Google
 
Marina Xandó

ESCRITO POR Marina Xandó

Idealizadora e editora chefe do Ask Mi, Marina é esposa, advogada, blogueira, dona de casa e mãe da Maria Victoria. Começou o AskMi para passar suas dicas adiante. Também é o cérebro - e coração - por trás do Concierge Maternidade AskMi, onde presta consultoria para grávidas, desde o enxoval até organização de recepções e festas.