Oba! Mais uma coluna da top psicóloga infantil Leticia Barsotti e o tema não poderia ser melhor: Castigo!! Gente, eu coloco a Vivi de castigo deste que ela tem 2 aninhos… claro que sempre com aporta do quarto aberto, apenas por alguns minutos e conversando bastante depois! Aqui funciona ( ou ao menos tem funcionado bem..) mas fico com várias dúvidas!! Quem não tem, certo? Com vocês, várias dicas sobre esse tema que deixa muita gente “de cabelo em pé”:
A função do castigo
Educar os filhos é algo bem trabalhoso que exige paciência e consistência por parte do cuidador, que é ele quem ensina as regras e os limites do convívio social. E isso realmente não é nada fácil. E uma das grandes dúvidas dos pais é se devem ou não utilizar o castigo?
O importante aqui, é fazer uma reflexão antes de aplicar o castigo, é ter em mente o que é que vocês querem alcançar. É estar atento ao uso que se faz disso.
Castigo significa punir, repreender. Geralmente esses castigos são usados nos momentos em que as crianças fazem algo de errado. A ideia é punir ou ensinar? Muitos pais recorrem a algum tipo de castigo com a ideia de que ele pode fazer com que a criança passe a obedecer o que lhe é imposto.
Se o objetivo final for atingir o aprendizado, muito pouco você vai conseguir com a punição. A maioria das vezes que os pais deixam as crianças de castigos, essa ordem vem carregada de raiva e desorganização, e sem diálogo algum. E isso compromete o que existe de mais importante para a educação que é o próprio diálogo.
O castigo carregado de raiva, faz com que a criança se sinta retraída, sem poder argumentar e muitas vezes sem entender o que aconteceu. Ela aceita o castigo, cumpre apena, mas não consegue aprender nada de fato. E se isso acontecer muitas vezes, é capaz que aos poucos ela nem ligue mais de ficar de castigo.
Agora, se antes de aplicar o castigo, os pais estiverem calmos e tiverem coerência ao conversar e explicar as consequências dos atos , provoca assim um crescimento, amadurecimento e um aprendizado. E isso é lindo! Seu filho passa a perceber que toda a ação tem um resultado e não o castigo. E ele vai ter que aprender a lidar com essas consequências.
Por exemplo, se ele não foi dormir na hora planejada porque estava assistindo televisão, ao invés de mandar ao castigo, converse e explique que no dia seguinte ele ficará cansado e não conseguirá cumprir todas as tarefas necessárias e que portanto vocês irão desligar a televisão. Ou, se o filho faz birra em algum lugar ou responde de maneira mal criada para a mãe, essa pode mostrar que ficou muito triste, chateada ou envergonhada com a situação. Desta maneira, a criança vai ter que lidar com a culpa o que gera um aprendizado muito maior do que se ele ficar de castigo.
Precisamos lembrar que estamos falando de educação, de crescimento, e o mais importante é ensinar valores, ajuda-los a terem um futuro construtivo e positivo. Crescer é um processo que implica necessariamente em erros e acertos, o castigo deve surgir como uma ferramenta para melhorar a conduta da criança e não simplificar a algo para fazê-la sofrer pelo ato cometido.
ESCRITO POR Leticia Rotta Barsotti
Psicóloga infantil, com especialização em São Paulo e em Nova Iorque. Já trabalhou nos melhores hospitais de São Paulo, como no Hospital das Clínicas e no Hospital Albert Einstein. Atende em seu consultório particular.